O Abandono do Túmulo de Zé Rufino: O Caçador de Cangaceiros Esquecido pela História
O tempo tem o poder de transformar heróis em sombras e figuras temidas em simples nomes esquecidos. Esse parece ser o destino de Zé Rufino, um dos maiores perseguidores de cangaceiros do Nordeste, cujo túmulo, no antigo cemitério de Jeremoabo, na Bahia, encontra-se abandonado.
Homem implacável na luta contra o cangaço, Zé Rufino foi responsável por capturar e matar diversos membros do bando de Lampião, incluindo o temido Corisco. Mas, ironicamente, após sua morte em 1969, sua memória parece ter sido enterrada junto com ele, em uma cova sem identificação por muitos anos.
Zé Rufino: Caçador de Cangaceiros e Sanfoneiro
A história de Zé Rufino se confunde com a do próprio cangaço. Ingressou na Força Pública do Estado da Bahia em 2 de janeiro de 1934, sendo designado para combater os cangaceiros que aterrorizavam o sertão nordestino. Seu nome se tornou sinônimo de medo entre os bandoleiros, e não sem motivo: além de capturar e matar Corisco, ele também foi responsável pelo fim de diversos outros cangaceiros, como Azulão II, Barra Nova II, Canjica, Meia-Noite e Pavão.
Mas o que poucos sabem é que, apesar de sua fama de caçador, Zé Rufino também tinha um lado artístico: era um habilidoso sanfoneiro. Em meio às caçadas e emboscadas, encontrava tempo para tocar sua sanfona, trazendo um pouco de música ao cenário de violência em que vivia.
A Morte e o Enterro Anônimo
Zé Rufino morreu em 1969, vítima de um infarto fulminante. Sua esposa e filhos o enterraram no antigo cemitério de Jeremoabo, mas, por razões desconhecidas, seu túmulo permaneceu escondido por muitos anos. Alguns dizem que foi para evitar represálias, já que sua atuação contra os cangaceiros criou muitos inimigos ao longo dos anos.
Hoje, o local onde ele descansa está esquecido. Sem placas, sem homenagens, sem sequer uma lápide digna de sua trajetória. O homem que perseguiu Lampião e matou Corisco, que ajudou a dar fim ao cangaço, agora repousa em completo anonimato.
O Esquecimento de um Nome que Fez História
O túmulo abandonado de Zé Rufino é um reflexo da maneira como a história trata certos personagens. Ele foi um dos principais responsáveis pelo desmonte do cangaço, mas enquanto muitos cangaceiros são lembrados com curiosidade e até certa admiração, seu nome se perdeu nas páginas do tempo.
Seria esse o destino inevitável dos caçadores? Ser temido em vida e esquecido na morte?
De uma coisa, podemos ter certeza: seja como implacável perseguidor de cangaceiros ou como sanfoneiro talentoso, Zé Rufino deixou sua marca no sertão. Mesmo que seu túmulo esteja esquecido, sua história ainda ecoa pelos ventos quentes da caatinga.
O Cangaço ainda aguça a curiosidade de muitos. Tudo o que se fizer para manter essa história viva, as próximas gerações pode revitalizar grandes histórias de heróis e bandidos que por diversas razões tiveram que enveredar por um trabalho árduo e decisivo para encontrar uma nova his
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